Justiça revoga prisão de “Mamulengo das Alagoas”
Artista popular estava preso por suspeita de estupro e roubo contra turista em 2009, mas foi na última segunda

Foi revogada nessa quinta-feira (2) a prisão preventiva de Célio Herculano, conhecido como “Mamulengo das Alagoas”, de 54 anos. Ele havia sido preso na última segunda-feira (1º), acusado de estupro e roubo contra uma turista, em um caso ocorrido na Praia do Francês, Litoral Sul de Alagoas, em 2009.
A decisão é da juíza Fabíola Melo Feijão, da 2ª Vara Cível e Criminal de Marechal Deodoro, que entendeu que não há, no momento, fundamentos suficientes para manter a prisão preventiva. Em sua decisão, de três páginas, a magistrada reconhece a gravidade da acusação, mas destaca que o acusado apresentou comprovante de residência fixa, um dos fatores que permitiram a sua soltura.
“Não persistem, no momento, elementos que justifiquem a manutenção da prisão preventiva do mencionado acusado”, afirma a juíza no despacho.
Medidas cautelares
Apesar da revogação da prisão, Mamulengo deverá cumprir medidas cautelares previstas no artigo 319 do Código de Processo Penal, como:
Comparecimento bimestral ao juízo para informar e justificar suas atividades;
Comparecimento a todos os atos do processo, quando intimado;
Proibição de se ausentar da comarca por mais de oito dias sem prévia autorização judicial;
Proibição de mudar de endereço sem informar à Justiça;
Compromisso de não cometer outras infrações penais.
O caso
Natural de Maceió, Célio Herculano ganhou destaque na cena cultural alagoana como dançarino e criador da “Dança da Boneca”. O apelido “Mamulengo” surgiu pelo seu estilo de dança, com movimentos soltos e descompassados.
Ele foi preso suspeito de ter estuprado e roubado uma turista em 2009. O reconhecimento da vítima aconteceu apenas em 2015, após o artista aparecer em uma reportagem de TV. Na época, a Polícia Civil solicitou sua prisão, mas o pedido foi negado. O mandado só foi expedido em setembro deste ano.
Um dia após a prisão, familiares do artista, incluindo a esposa e o filho, vieram a público defender sua inocência e chamaram as acusações de “caluniosas” e “infundadas”.
O processo segue em andamento na Justiça.