Jovens evangélicos declaram voto em Lula e se rebelam contra pastores que negociam apoio a Bolsonaro
Essa parcela dos evangélicos não aceita a negociação financeira feita por chefes de igrejas
Uma reportagem do jornalista Rayanderson Guerra, publicada no jornal Estado de S. Paulo, revela um fenômeno novo e bastante interessante nas igrejas evangélicas. Jovens fiéis estão se rebelando contra a venda de apoio feita por donos de igrejas, que, muitas vezes, se comportam como empresários que negociam o apoio de seus rebanhos.
"A disputa pelo voto cristão, protagonizada pelo presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição pelo PL, e pelo presidenciável do PT, ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, está rachando igrejas evangélicas no Brasil. Enquanto as cúpulas das denominações abraçam o bolsonarismo e tentam influenciar o voto dos fiéis, evangélicos jovens e de baixa renda rompem com grandes congregações e declaram apoio ao petista. Jovens, mulheres e eleitores de periferia, onde Lula se sai melhor, lideram a mudança. Há ainda casos de pessoas que, cansadas do tom político de alguns eventos, se afastam dos cultos", escreve o jornalista.
"Vinícius do Vale, doutor em Ciência Política pela USP e diretor do Observatório Evangélico, confirma que o amplo apoio a Bolsonaro por pastores e a politização dos cultos estão afastando fiéis divergentes", prossegue o repórter.
Na realidade, muitos pastores bolsonaristas, como Silas Malafaia, são grandes empresários, que negociam apoios em função de seus próprios interesses.