Movimento “Unidos pela vida”: programa TC News entrevista a coordenadora do Projeto, Cláudia Amaral
Assessoria
28/09/2020 12:42
Justiça
Foto: reprodução
O movimento de prevenção e combate ao suicídio “unidos pela vida” está retomando aos poucos as atividades. Em entrevista a TV Cidadã, a coordenadora do projeto e corregedora da Procuradoria-Geral do Estado, Cláudia Amaral, explica como o movimento funciona.
A ideia é que a rede de apoio funcione de setembro a setembro. Algumas atividades foram inviabilizadas devido a pandemia, mas já o movimento já foi normalizado. “O objetivo principal do Movimento é congregar as atividades de apoio a pessoas com depressão e funcionar como uma rede de apoio que integra organismos de escuta, psicólogos, estudantes de psicologia, faculdades e instituições que tenham interesse em auxiliar na divulgação de como essas pessoas podem encontrar ajuda”, garantiu Cláudia Amaral.
O Tribunal de Contas de Alagoas, por meio da Coordenação de Serviço Social, participa ativamente do projeto, desde o seu lançamento. "O Tribunal apoia o projeto de 3 formas: participando das atividades desenvolvidas, realizando a cobertura - por meio da TV Cidadã - das ações do Movimento e, ainda, nosso presidente, Conselheiro Otávio Lessa, tem se engajado em articular e mobilizar outras instituições públicas a se unirem a essa luta de combate ao suicídio", afirmou a coordenadora do Serviço Social do TCE AL, Sidelene Cavalcante.
Acompanhe a entrevista completa no canal 35.2 da TV aberta, no Facebook e no YouTube da TV Cidadã:
Por Redação 26/09/2020 - 23h 30min Reprodução Instagram Fonte: Maltanet.com.br0
Outros serviços básicos também foram ofertados
ASecretaria Municipal de Saúde objetivando estabilizar e combater o novo coronavírus e consequentemente a COVID-19 está realizando ações externas em nosso município.
Sábado, 19 de setembro foi feita uma ação de conscientização e combate ao novo coronavírus e a COVID-19 na feira livre do nosso município.
No último sábado (26), profissionais da saúde realizaram mais uma ação, desta feita no Largo do Maracanã. Quanto a COVID-19 foram realizadas verificação de temperatura e orientações gerais.
Ainda foram ofertados os seguintes serviços: aferição de Pressão Arterial, Vacinação (Sarampo e Tétano) e Glicemia em Jejum. Nessa ação foram realizados 144 atendimentos. Na oportunidade 36 pessoas foram vacinadas.
Além dos atendimentos na tenda instalada no Largo do Maracanã, 12 agentes de saúde percorreram as casas das imediações daquela localidade, especificamente Rua Santa Sofia e Prefeito Pedro Gaia, procedendo as orientações sobre a COVID-19.
As doações de órgãos caíram 87% este ano por conta da pandemia do novo coronavírus. Desde o início do ano nenhum transplante de múltiplos órgãos foi realizado, apenas transplantes de córneas e só até março deste ano. O cenário preocupa e ainda não há prazo para retomada do serviço.
Como explica Daniela Ramos, coordenadora da Central de Transplantes de Alagoas, as restrições impostas pela pandemia e os novos protocolos adotados fizeram cair drasticamente as doações. Até o contato com as famílias de possíveis doadores foi restrita a ligações, limitando ainda mais as chances de conseguir um órgão em tempo hábil para a cirurgia.
“O impacto foi muito grande, foi diretamente na doação e nos transplantes, aqui em Alagoas, a doação caiu 87% no primeiro semestre, em relação ao ano anterior. Transplantes também caíram bastante, para se ter uma ideia, no mesmo período do ano passado foram realizadas quatro transplantes de coração, quatro de rim e 14 transplantes de córnea. Este ano não foi realizado nenhum transplante de múltiplos órgãos, somente de córnea com um acréscimo, 26 ao todo, mas porque foram realizados antes da pandemia”, explica a coordenadora.
Atualmente, 377 pacientes alagoanos aguardam em fila de espera por um órgão. Sendo 234 pacientes aguardando córnea, 141 à espera de um rim compatível e duas pessoas aguardando por um coração.
“Até o momento no Brasil uma das regiões mais afetadas é o Nordeste, que registra uma queda de 44% no número de transplantes, atrás apenas da região Norte”, destaca Daniela Ramos.
Não há registro de mortes no estado por conta dessa espera, mas Daniela salienta que há estados que a situação ficou ainda mais crítica. “Até março, tinham morrido 12 pessoas no Ceará a espera de um órgão. Muitas pessoas no Brasil perderam a vida esperando por um transplante que não foi realizado por conta do Covid. Além da pandemia ter matado tanta gente, muitas também morreram esperando o transplante”, salienta.
O mês de setembro é dedicado à conscientização sobre a importância da doação de órgãos e transplantes. Até o ano passado, a Central de Transplantes do estado vinha registrando um cenário crescente no número de doações. Tanto que logo no início do ano, uma equipe médica foi credenciada pelo Ministério da Saúde para a realização de transplantes de fígado. No entanto, a expansão do novo coronavírus prejudicou significativamente o avanço do programa de transplantes do estado.
“Foi um retrocesso por conta da pandemia. A doação tem a recusa por conta da família. Independente da pandemia precisa da autorização da família para a doação, e com a pandemia os critérios se tornaram mais rígidos. Então, para ter uma noção, os transplantes de córneas foram suspensos desde março, tanto a abordagem das famílias, como o próprio transplante para proteção do receptor, da equipe médica. Os outros transplantes onde há necessidade de morte encefálica, os critérios ficaram muito apertados também, porque todos os pacientes doadores precisavam fazer o PCR, porque é contraindicação absoluta Covid-19 positivo. E nesse período todo, tivemos duas doações autorizadas. Nós não paramos de trabalhar, mas não conseguimos captar os órgãos por conta do Covid. A logística foi toda afetada, questão de voos”, pontua Daniela Ramos.
Agora, o serviço aguarda novos protocolos e debate a retomada das captações e transplantes.
“Para que os pacientes não corram riscos e os profissionais de saúde da mesma forma nós precisamos elaborar estratégias de enfrentamento seguras. Estamos num momento de conversa, reorganização para retomarmos. Ainda não retomamos. O Ministério ainda não liberou transplantes de córneas. Estamos aguardando, mas já estamos nos organizando, elaborando essas estratégias para aos poucos retomar. Sabemos que é um processo delicado que envolve muitos fatores e por isso precisamos ter muita cautela”, enfatiza Ramos.
Alagoas contabilizou até quinta-feira (10), nove casos da Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P), doença rara que vem sendo associada à Covid-19. Os dados são do Ministério da Saúde. Não há registro de óbito em decorrência da enfermidade no estado.
O pediatra Marcos Gonçalves enfatizou que foi percebida a ocorrência de atendimentos a pacientes crianças e adolescentes no Hospital Geral do Estado (HGE) desde o início da pandemia com este tipo de síndrome.
“Conversando com os demais pediatras dos hospitais particulares de Maceió tivemos uns 12 casos da Síndrome Inflamatória Multissistêmica, a maioria deles são em crianças maiores de 1 ano de idade, bem como alguns adolescentes; e todos eles evoluíram bem para a alta médica após a ingestão de Imunoglobulina endovenosa (IGEV), que demora de 6 a 12 horas e a infusão de corticoide endovenoso. Graças a Deus nenhum óbito foi registrado relacionado a SIM-P”, observou o médico.
Até a semana epidemiológica 34, que compreende período até 22 de agosto de 2020, o Ministério da Saúde foi notificado da ocorrência da SIM-P em 197 crianças e adolescentes de 0 a 19 anos, com registro de 14 óbitos no Brasil. Dentre os casos, 58,4% foram registrados em crianças e adolescentes do sexo masculino, com 38,1% dos registros nas faixas etárias de 0 a 4 anos e 33,0%, de 5 a 9 anos. Dentre os óbitos, 64,3% (n=9) foram registrados entre as crianças de 0 a 4 anos.
Das 14 unidades federativas (UF) que informaram registro de casos, oito possuem óbitos pelo agravo. A maior concentração de casos encontra-se nos estados do Ceará (41), Pará (24), Rio de Janeiro (22), São Paulo e Distrito Federal (19).
SIM-P
Conforme o Ministério da Saúde, a Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica é caracterizada por febre persistente e elevada acompanhada de um conjunto de sintomas que podem incluir hipotensão (pressão baixa ou choque), comprometimento de múltiplos órgãos e elevados marcadores inflamatórios. O paciente hospitalizado pode apresentar manifestações cardiovasculares ou gastrointestinais agudas (diarreia, vômito, dor abdominal); conjuntivite ou manifestações cutâneas; quadro inflamatório e confirmação laboratorial (técnica RT-PCR ou sorologia) ou história de contato com caso confirmado do novo coronavírus.
Os sintomas respiratórios não são presentes em todos os casos, de acordo com as evidências atuais. As características são semelhantes à síndrome de Kawasaki e síndrome do choque tóxico. Os pacientes farão exames para confirmar ou descartar a infecção pelo Covid-19, além de outros testes laboratoriais, especialmente os marcadores de atividade inflamatória.
ALERTA MUNDIAL
A Organização Mundial da Saúde (OMS) já havia emitido um alerta mundial aos pediatras relatando a identificação de uma nova condição clínica, possivelmente associada à Covid-19, caracterizada pela Síndrome Inflamatória Multissistêmica (SIM-P), com manifestações clínicas similares à síndrome de Kawasaki típica, Kawasaki incompleta e/ou síndrome do choque tóxico. Entre os sintomas mais frequentes estão febre persistente acompanhada de um conjunto de sintomas como pressão baixa, conjuntivite, manchas no corpo, diarreia, dor abdominal, náuseas, vômitos, comprometimento respiratório, entre outros.
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Fonte: Tribuna Independente / Texto: Ana Paula Omena
Circula em grupos de WhatsApp uma imagem afirmando que pessoas que sejam casos confirmados ou suspeitos de coronavírus e insistirem em sair de suas casas estarão cometendo crime passível de prisão. A informação é verdadeira.
“Atenção, sair de casa com suspeita ou testado positivo para a covid-19 é crime! Art. 268 do cód penal – Infringir determinação do poder público, destinada a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa. Pena: detenção de um mês a um ano e multa. Denuncie!”, diz a mensagem.
De acordo com o advogado criminalista Leonardo de Morais, presidente da Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas em Alagoas, o artigo 268 do código penal pode ser utilizado para garantir o cumprimento das medidas em defesa da saúde pública instituídas nos decretos estaduais.
Em Alagoas, o artigo 2º do decreto 70.066, de 9 de junho, determina restrições às pessoas infectadas ou sob suspeita de infecção pelo novo coronavírus. “Assim, há obrigatoriedade do isolamento àqueles confirmados com Covid-19 (até a liberação da autoridade sanitária), àqueles com síndromes gripais e aos que retornaram de viagens nacionais e internacionais (durante 14 dias). A violação destas regras poderá levar a responsabilidade criminal pelo crime de infração de medida sanitária preventiva (Art. 268 do Código Penal), cuja pena privativa de liberdade pode chegar a um ano”, explica Morais.
O advogado ainda esclarece que, em alguns casos, ações que levem outras pessoas a serem contaminadas pela Covid-19 podem ter penas ainda mais graves que as determinadas pelo Art. 268. “Se a pessoa está contaminada e dirige o contágio intencionalmente para atingir uma pessoa específica, estaria praticando um crime mais grave, que seria o de perigo de contágio por moléstia grave. Artigo 131 do código penal. Esse crime poderia chegar a até quatro anos de prisão”, alerta.
Além disso, caso a vítima venha a ser infectada, o transmissor poderá responder pelo crime de lesão corporal. No caso de a vítima não apenas contrair a doença, mas vir a óbito, o infrator pode responder por homicídio qualificado pelo meio que possa resultar perigo comum, com penas que podem chegar a 30 anos de reclusão, explica Morais.
Alagoas Sem Fake
Com foco no combate à desinformação, a editoria Alagoas Sem Fake verifica, todos os dias, mensagens e conteúdos compartilhados, principalmente em redes sociais, sobre assuntos relacionados ao novo coronavírus em Alagoas. O cidadão poderá enviar mensagens, vídeos ou áudios a serem checados por meio do WhatsApp, no número: (82) 98161-5890. Clique aqui para enviar agora.
Oteste de sorologia para detectar o novo coronavírus (Covid-19) tem sido objeto de muitos questionamentos pela população alagoana. O exame serve para avaliar se o organismo desenvolveu anticorpos para a doença. Com isso, muitos acabam recorrendo ao teste na ansiedade por alguma resposta.
Mas a infectologista Luciana Pacheco, gerente médica do Hospital Escola Dr. Helvio Auto (HEHA), alerta que o teste não é recomendado para todos, nem pode ser realizado a qualquer momento.
“O anticorpo IgM deve ser feito a partir do 7° dia de sintomas da doença, porque a presença dele significa que o organismo reagiu à presença recente do vírus . Ele pode ser feito até em torno 20° dia. Já o IgG, a partir do 20° dia, significando resposta tardia do sistema imunológico. Não adianta realizar o teste no início do quadro porque pode ser um falso negativo”, explica.
Ela acrescenta que o IgM é um anticorpo que o organismo produz em resposta à fase aguda da doença. Só depois disso que o organismo produz o IgG, anticorpo de imunidade tardia ou duradoura, que indica se a pessoa está temporariamente imunizada para aquele vírus. Ainda não se sabe, porém, quanto tempo dura essa proteção, e nem se todos os infectados atingem o nível suficiente de anticorpos para imunizá-los.
A infectologista aponta que os exames não devem ser feitos como diagnósticos. Estes devem ser realizados a partir de uma avaliação clínica. “As sorologias não devem ser feitas para dar diagnóstico, porque elas representam a resposta do organismo à infecção”.
Desta forma, é preciso ter precisão nos dados clínicos iniciais para a solicitação do exame no tempo correto. “O ideal é que sejam solicitados por médicos no tempo oportuno, que saibam orientar as pessoas adequadamente de acordo com os resultados”, afirma.
Campanha propõe tributar super-ricos para reconstruir o país Pós-Covid
Conjunto de propostas, sob o nome “Tributar os super-ricos para reconstruir o país”, onera os 0,3% mais ricos e pode ser implementado sem mudar Constituição.
Enquanto o ministro da Economia, Paulo Guedes, prepara uma reforma tributária com propostas como uma Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e um imposto sobre transações eletrônicas – ambos incidindo sobre o cidadão, seja via repasse aos preços ou diretamente – há alternativas de mudanças no sistema tributário que aliviam a população e elevam a carga para um segmento que tem condições de contribuir para enfrentar a crise, mas paga muito pouco imposto: os super-ricos.
O mesmo grupo de economistas, pesquisadores e entidades que construiu o projeto da Reforma Tributária Solidária, Justa e Sustentável – proposta que serviu de base para a apresentação de uma Emenda Substitutiva Global (EMC 178) à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45/2019, uma das propostas no Congresso Nacional que trata de reforma tributária – lançou agora um pacote de medidas emergenciais com potencial para aumentar a arrecadação do Estado em R$ 292 bilhões, incidindo sobre as altas rendas e o grande patrimônio.
O conjunto de propostas, sob o nome Tributar os super-ricos para reconstruir o país, onera os 0,3% mais ricos e pode ser implementado de maneira simples, sem a necessidade de mudanças na Constituição via emenda, que exigem mais votos para ser aprovadas.
O economista Eduardo Fagnani, coordenador do estudo que resultou na proposta de Reforma Tributária Solidária, Justa e Sustentável, explica que as medidas emergenciais tomaram como referência as ações adotadas em crises de magnitude semelhante à da pandemia – como a Grande Recessão de 1929. “Em situações como essa, os países capitalistas centrais aumentaram a tributação, porque o Estado tem que intervir. Você tem que criar mecanismos financeiros”, diz.
Segundo Fagnani, tanto a proposta do Ministério da Economia quanto as duas propostas de reforma tributária que já tramitam no Congresso – a PEC 45 e a PEC 110 – não tratam do principal problema do sistema tributário brasileiro, que é a alta tributação sobre o consumo em detrimento da tributação sobre a renda e patrimônio.
“As três propostas não mexem no que é fundamental, que é a maior anomalia da tributação brasileira. O equivalente a 50% de tudo que nós arrecadamos vem do consumo e essas propostas vão elevar ainda mais a participação do consumo na arrecadação total. A tributação do consumo é passada para os preços e quem é afetado são os pobres, que consomem tudo que ganham”, afirma.
Medidas
Para aumentar a arrecadação com progressividade (ou seja, quem ganha mais contribui com mais), a campanha traz oito propostas. Uma delas é o tratamento isonômico na tributação das rendas e maior progressividade no IRPF, com mais faixas de contribuição, por exemplo. A estimativa é que somente essas ações podem aumentar a arrecadação anual em R$158 bilhões.
Além disso, afinado ao princípio da capacidade contributiva, as medidas propõem desoneração de mais de R$15 bilhões no IRPF para contribuintes com rendas baixas e intermediárias e também para as empresas do Simples, por meio da isenção do IRPJ e CSLL.
Já a implementação do Imposto sobre Grandes Fortunas – que já tem previsão constitucional – garantiria R$ 40 bilhões anuais a mais. O grupo propõe também a majoração da alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) de setores econômicos com alta rentabilidade e acréscimo de 1% para os demais setores, o que garantiria R$ 40,5 bilhões extras.
Mudanças nas regras do Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD) garantiriam R$ 14 bilhões e o fim da dedução dos juros sobre o capital próprio asseguraria R$5 bilhões.
A única reforma possível
A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), líder da Minoria na Câmara dos Deputados, foi a primeira parlamentar a assinar a emenda substitutiva baseada na reforma solidária. A EMC 178 teve mais de 200 assinaturas. Para a deputada, uma reforma tributando os super-ricos é a única possível no atual momento de crise.
“Na verdade, não faz sentido nenhum fazer reforma tributária na recessão que não seja tributando os ricos. Os super-ricos continuaram ganhando dinheiro na pandemia, enquanto as pessoas perderam emprego e renda. Não faz sentido uma reforma tributária que tribute o consumo e os assalariados, que é o que o governo quer”, comentou.
Com relação à possibilidade de propostas como a progressividade do imposto de renda, a desoneração de micro e pequenas empresas e o Imposto sobre Grandes Fortunas avançarem no Congresso, a líder da Minoria acredita que este é o momento para discutir esses temas.
“Não é simples, porque a correlação de forças no Congresso nunca foi simples para essas pautas. Mas penso que, com a situação econômica que o país está vivendo, cresce a possibilidade de a gente avançar com propostas de redistribuição, porque não vamos ter base econômica que sustente a tributação sobre o consumo e sobre o assalariado. Toda e qualquer proposta que tribute para cima [ou seja, os mais ricos] é a única possível em um momento como esse”, concluiu.
Em mais uma iniciativa para a possível reabertura da cadeia hoteleira durante a pandemia e especialmente no pós-pandemia, o Movimento Hospitalidade Segura, formado por oito entidades de hospedagem no Brasil, acabou de lançar o manual Protocolos de Higiene e Segurança, que é um documento destinado a hóspedes e colaboradores desenvolvido em atenção à pandemia do novo coronavírus.
O documento foi elaborado com a participação da ABIH, Resorts Brasil, Associação Mundial Turismo de Saúde e Bem-Estar, BLTA, FBHA, Fohb e Unedestinos e validado tanto pelo Ministério do Turismo bem como pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O manual, que será distribuído para toda a rede hoteleira, afirma que cada empreendimento deve, de acordo com seu porte e características, elaborar e/ou adotar um plano interno de ação de enfrentamento à Covid-19, descrevendo sua política interna, atuação e responsabilidades por setores sobre os protocolos que visam à retomada das operações, com segurança.
Desenvolvimento do material foi feito de forma coletiva
O trabalho teve início por meio de pesquisa em documentos de benchmarking e boas práticas tanto de âmbito nacional como internacional.
Foi elaborado coletivamente, contemplando os diversos tipos e tamanhos de empreendimentos hoteleiros, bem como as premissas básicas para garantir a prevenção em saúde e a não transmissão do novo coronavírus, a exemplo do distanciamento social, a higiene pessoal, a sanitização de ambientes, a comunicação e o monitoramento dos protocolos e recomendações.
De acordo com o presidente da ABIH-AL, André Santos, os procedimentos detalham as especificidades das adequações em cada serviço prestado pelos hotéis, a fim de assegurar o distanciamento social, higiene, sanitização dos ambientes, comunicação contínua entre colaboradores e hóspedes, atendimento emergencial e monitoramento das medidas adotadas.
MTur
Diante dos grandes impactos que a crise do coronavírus deixa no setor, o MTur também desenvolveu o “Plano de Retomada do Turismo Brasileiro”. Preocupada em minimizar as consequências e aos poucos, organizar o retorno das atividades, a pasta resolveu criar um selo.
Descoberta: luz ultravioleta pode destruir o novo coronavírus
Por iG Saúde|13/06/2020 | 08:18
Foto: Divulgação Xenex Disinfection
Luz ultravioleta pode matar o novo coronavírus (Sars-CoV-2)
Para o processo de desinfecção contra o novo coronavírus (Sars-CoV-2), máquinas que emitem raios ultravioleta têm sido usadas em hospitais – como o Santa Casa da Misericórdia de São Carlos (SP) –, objetos em supermercados na capital paulista e até em transportes públicos na China. A luz ultravioleta é capaz de destruir o vírus causador da Covid-19 de superfícies.
A eficiência da luz ultravioleta se dá porque essas ondas destroem a capa proteica e o material genético do vírus. Elas atuam no DNA e RNA, gerando mutações internas na genética e consequente morte do novo coronavírus.
O processo de combate é diferente, por exemplo, do que utilizamos no dia a dia, com água e sabão. A combinação usada para lavar as mãos funciona porque destroi a camada de gordura externa do novo coronavírus.
Há três tipos de radiação ultravioleta: UV-A, UV-B e UV-C. Elas têm diferentes capacidades de penetração e comprimento de onda. A maior parte dos raios que recebemos na Terra é do tipo UV-A.
A luz ultravioleta que vem sendo usada no combate à Covid-19 é a UV-C.
Não há garantia científica de que expor objetos à luz do sol possa destruir o novo coronavírus, porque muitos fatores influenciariam essa tentativa, como: a camada de ozônio, o horário de exposição e a umidade presente nos objetos – que poderia, inclusive, aumentar a presença de microorganismos.
Ogovernador Renan Filho anunciou, nesta quarta-feira (22), em Brasília (DF), que os 30 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Adulto Tipo II – COVID-19 do Hospital Metropolitano de Maceió foram habilitados pelo Ministério da Saúde. Para mantê-los por 90 dias em funcionamento, o governo federal disponibilizou R$ 4.320.000,00.
A habilitação pode ser prorrogada ou mesmo encerrada, caso termine a situação de emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do novo coronavírus. “Isso significa dizer que governo federal passa a participar do custeio para a operação do Hospital Metropolitano durante a pandemia”, anunciou Renan Filho, em vídeo gravado em frente ao Ministério da Saúde, nesta manhã, e veiculado nas redes sociais.
O pedido de habilitação para o custeio dos leitos Covid-19 do Hospital Metropolitano foi feito pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau). Desde a inauguração, no dia 15 de maio, os leitos de UTI do Hospital Metropolitano de Maceió vinham sendo mantidos exclusivamente pelo Governo de Alagoas.
“Isso (a habilitação) é importante porque esses novos recursos que entram nos ajudam a prestar mais serviços ao cidadão de Alagoas. Você se lembra: tinha gente que, infelizmente, torcia contra a construção dos hospitais. Quando esses equipamentos ficaram prontos, disseram que o Estado não tinha condições de mantê-los; o Estado colocou tudo para funcionar e agora chega também o auxílio do governo federal”, recordou Renan Filho, que agradeceu ao governo federal pela contribuição.
Ele aproveitou a visita ao Ministério da Saúde para reforçar a importância da habilitação, já requisitada, dos leitos do Hospital Regional do Norte, em Porto Calvo, inaugurado no dia 6 de julho. Renan Filho tratou, ainda, da construção das Unidades de Pronto Atendimento (UPAS) previstas para Maceió e Arapiraca.
Profissionais de saúde de Alagoas realizam ato simbólico em Maceió
Movimento Médicas e Médicos pela Democracia levará 50 cruzes pretas à praia da Avenida e denuncia negligência do governo federal frente à pandemia de Covid-19
Profissionais de saúde de Alagoas, do movimento Médicas e Médicos pela Democracia, participam de um ato simbólico na manhã deste domingo (21), a partir das 9h, na Praia da Avenida (Jaraguá), em frente à Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau), em Maceió. O grupo quer chamar a atenção da população e das instituições para as mortes evitáveis e para a negligência do governo federal frente à pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2). Além disso, o ato ocorre em defesa do SUS e em solidariedade às famílias, amigos e colegas profissionais de saúde que morreram por Covid-19.
As médicas e médicos levarão 50 cruzes pretas às areias da praia, onde serão fixadas, simbolizando os quase 50 mil mortos por Covid-19 no Brasil. O protesto ocorre simultaneamente em diversas capitais brasileiras.
O Brasil é o segundo em número de casos e de mortes por coronavírus no mundo, além de ser o país com o maior número de mortes de médicas e médicos (139) e de enfermeiros e enfermeiras (190), de acordo com os dados do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) e do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen).
O grupo reitera que não promoverá aglomeração com a manifestação pacífica e que os profissionais que participarão do ato foram orientados sobre a utilização de equipamentos de proteção, distanciamento e atenção ao próprio estado de saúde.
O ato é organizado pela Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares (RNMP), a Associação Brasileira de Médicas e Médicos pela Democracia (ABMMD), a Federação Nacional dos Enfermeiros (FNE), a Federação Nacional dos Psicólogos (Fenapsi), a Federação Nacional dos Nutricionistas (FNN), a União Nacional dos Auditores do SUS (Unasus) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores da Seguridade Social (CNTSS).
Em um manifesto, as organizações declararam as motivações para o ato. Leia na íntegra:
“Além da homenagem a essas milhares de vítimas também nos manifestamos:
1 – Em solidariedade às famílias, amigos e colegas de profissionais de saúde que morreram por Covid-19;
2- Para alertar que a maior parte das mortes por Covid-19 em nosso país são evitáveis, caso o Governo Federal não tivesse uma posição genocida frente à pandemia;
3- Contra a intervenção militar do Ministério da Saúde, que vem comprometendo sobremaneira o trabalho técnico frente à pandemia;
4 – Contra as declarações do presidente da República, hostis aos profissionais de saúde, incentivando agressões a trabalhadores de saúde em seu ambiente de trabalho;
5 – Contra o silêncio e cumplicidade das entidades médicas, especialmente o Conselho Federal de Medicina (CFM), a Associação Médica Brasileira (AMB) e a Federação Nacional dos Médicos (FENAM), frente às posições do Governo Federal. Além disto, nem mesmo nos sítios eletrônicos dessas entidades conseguimos saber quantos e quais os colegas médicos perderam a vida;
6- Por segurança no ambiente de trabalho dos profissionais de saúde. Demandamos mais Equipamentos de Proteção individual (EPI), e a reorganização de processos de trabalho, por gestores na saúde pública e empresas de saúde, que possibilitem menores impactos da exposição à doença ou ao stress produzido pela pandemia;
7- Pelo apoio a Campanha Leitos Únicos – Vidas Únicas, que garanta para toda a população fila única de acesso às UTI a partir do SUS, tanto nos serviços públicos como na saúde suplementar;
8- Pelo aporte adequado de financiamento do Sistema Único de Saúde. Pela supressão da Emenda Constitucional 95 (EC- 95), que congela gastos em saúde pública por 20 anos. O SUS salva vidas!!!
9-Vidas Negras Importam – total solidariedade à população negra de nosso país, maioria do povo brasileiro, minoria nos espaços de representação institucional e que vem sofrendo especialmente junto às áreas de maior vulnerabilidade social os impactos da pandemia em curso;
10- Contra a Portaria MEC nº 544, de 17 de junho de 2020, que estabelece a possibilidade da realização de estágios curriculares dos cursos da área de saúde em caráter on line e de forma remota. Além do descaso com as medidas de saúde pública, o Governo Federal vem reforçando seu descaso também com a educação de qualidade e com a formação dos profissionais da área da saúde com mais um ataque;
11- Contra a perseguição de quadros técnicos do Ministério da Saúde, frente às denúncias que vem sendo vigiados nas redes sociais e na vida privada após a intervenção militar em curso do Ministério da Saúde, remontando práticas dos tempos de arbítrio que o país viveu em períodos ditatoriais.”
Oisolamento social durante a pandemia tem afetado a saúde mental de muita gente. Ansiedade e depressão estão entre os transtornos psicológicos mais diagnosticados pelos profissionais que atendem pacientes em meio ao novo coronavírus.
Conforme a psicóloga, Ana Kilvia Cavalcante, do Centro de Amor a Vida (Cavida), em Maceió, o número de pessoas que têm procurado atendimento neste período cresceu se comparado com o antes da pandemia. De acordo com ela, a maioria das pessoas são mulheres com queixas de ansiedade ou com comorbidades relacionadas a outros problemas, como a depressão.
“Muitas ligam porque não estão conseguindo sair de casa com medo de contrair o vírus, outras porque estão confinadas há muito tempo. Um relato comum também é sobre o ambiente familiar não favorável neste momento”, contou.
A psicóloga explica que o atendimento começa por telefone por meio da ligação ou mensagem de WhatsApp pelo número (82) 98879-2710. Sendo iniciado o apoio com a escuta terapêutica que tem duração de 30 minutos; posteriormente dependendo do caso, são realizadas mais três sessões que podem acontecer também por chamada de vídeo.
Vinte seis psicólogos atendem de forma voluntária no Cavida, além de contar com mais seis acolhedores, que são estudantes de psicologia.
PESQUISA
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos, de 16 países, indicou que o Brasil é o que mais tem pessoas que sofrem com ansiedade por causa da pandemia, são 41%. O segundo lugar é ocupado pelo México (35%) e o terceiro lugar pela Rússia (32%). As mulheres são as mais afetadas: 49% se declaram ansiosas, enquanto que 33% dos homens estão lidando com o sintoma no momento.
Onze por cento dos brasileiros afirmaram ter sintomas de depressão por causa da pandemia. “As declarações divididas por gênero revelam um impacto predominantemente feminino: 14% são mulheres e 7% são homens”, afirma a pesquisa.
Vinte e seis por cento dos brasileiros têm enfrentado dificuldades para dormir na pandemia. Mais uma vez, o impacto é mais alto entre o sexo feminino: são 33%, contra 19%, mostra o relatório.
Prevenção: servidores da Ufal recebem atendimento
Psicólogos do Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor (Siass/CQVT/Progep) iniciaram atendimento on-line para tirar dúvidas de servidores em relação a sofrimentos psíquicos ou com dúvidas sobre o atual cenário de pandemia.
A ação é destinada aos servidores públicos da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). O serviço tem caráter preventivo, informativo e de orientação individual, buscando melhor clarificação e organização da situação de crise. O atendimento é on-line e a interação não acontece em tempo real.
Os servidores que estiverem se sentindo emocionalmente vulneráveis devem preencher o cadastro no link e aguardar atendimento.
As informações produzidas durante o atendimento psicológico serão mantidas em sigilo, respeitando o que assevera o Código de Ética Profissional do Psicólogo. Da mesma forma, a equipe se propõe a oferecer serviços psicológicos de qualidade, baseados em princípios, técnicas e conhecimentos psicológicos, e respeitando a legislação vigente.
Os servidores podem enviar e-mails durante toda a semana e em qualquer horário. Porém, os profissionais responderão as mensagens às segundas, quartas e sextas-feiras, durante horário comercial, e seguindo a ordem de chegada na caixa de entrada do e-mail da Psicologia.
O psicólogo André Israel Werneck Miranda, do Subsistema Integrado de atenção à Saúde do Servidor, explica que uma das formas de passar por essa pandemia com menos danos é focar onde se pode ter a sensação de controle, mesmo mínima. “Porque é a sensação de controle que traz sensação de segurança. Focar no que pode ser controlado, perceber que está atuando em algo de forma ativa, e não passiva. A luta agora é desigual porque somos ameaçados enquanto sociedade, enquanto fragilidade do corpo e as relações de apoio distantes”, observou.
“Ainda estamos passando pela fase de adoecimento, agravamento de fragilidades emocionais anteriores a pandemia. Caso ocorra agravamento da situação, os adoecidos poderão descambar para formas mais grave de adoecimento mental, como a depressão ou até suicídio”, frisou.
Para completar, o psicólogo ressaltou que a intensidade do sofrimento que alguém pode vir a ter nessa época, depende da personalidade do sujeito, das experiências que ele já teve em situações parecidas, das habilidades que ele tem e principalmente da autoestima.
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Fonte: Tribuna Independente / Texto: Ana Paula Omena
“A pandemia não é a mesma para todos os países, nem a mesma para todos dentro de um mesmo país ou da mesma cidade. Muitos dizem que estamos todos no mesmo barco, mas não é bem assim. Estamos todos passando pela mesma tempestade no mesmo mar. Mas é como se alguns estivessem em transatlânticos, outros em iates, outros em barcos a vela ou mesmo canoas” – Nísia Trindade Lima, Presidente da Fiocruz [1]
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Encerramos a 28ª semana epidemiológica (05.07-11.07) em Alagoas, com um saldo total 44.633 casos confirmados, 36.973 pessoas recuperadas, 1.843 casos suspeitos de contaminação e, infelizmente, 1.264 óbitos desde março, quando se registrou a primeira morte causada pela Covid-19.
Tudo leva a crer que já passamos pela pior fase da pandemia no estado, mas é importante avaliar agora os efeitos da flexibilização do funcionamento das atividades econômicas, algo como em torno de final de julho e primeira quinzena de agosto para se ter um quadro mais assertivo sobre a situação geral.
Até aqui, o que podemos tecer de comentários sobre o que vimos, analisamos e captamos de sentimento geral segue nos próximos parágrafos, de maneira sistemática.
1. Estudos realizados na UFRN, liderado pelo pesquisador José Dias de Nascimento que compõem também o subcomitê de modelagem do Comitê Científico do Consórcio Nordeste, indicam que Alagoas já passou pela sua pior fase, especialmente na capital do estado, que tem um peso relevante nesse primeiro período de 100 dias da pandemia no estado.
2. A figura abaixo indica alguns movimentos nesse sentido. No primeiro gráfico abaixo temos uma simulação demonstrando que as curvas de casos sintomáticos e assintomáticos estão em linha de tendência de queda suave e a curva de demanda por leitos hospitalares foi um pouco mais acentuada entre a segunda quinzena de maio e a primeira de junho, quando a fila de espera por um leito de UTI chegou a ter mais de 50 pacientes e a ocupação se aproximava de 80%. Durante todo o mês de junho, na média, a ocupação de leitos de UTI tradicionais oscilou em torno de 77%, e fechamos essa 28ª semana epidemiológica com 67% de ocupação no sábado, dia 11.07, sendo 64% em Maceió e 73% no interior
3. No segundo gráfico vemos que a saturação da capacidade hospitalar já esteve muito próxima de ser atingida, conforme posto no parágrafo anterior. Entretanto, o aumento de leitos de UTI de alta complexidade, a disponibilização de leitos com respiradores para atender a demanda de pacientes de gravidade intermediária e, principalmente, a reorganização do sistema de regulação, que adotou novos protocolos, aumentando a eficiência, permitiram reduzir a pressão sobre o sistema. Desde o dia 14.06 que a fila de espera vem diminuindo sistematicamente, e no dia 11.07 somente 2 pacientes constavam na demanda.
4. No terceiro gráfico observa-se uma curva crescente do nível de testagem em Alagoas. Ela corrobora os números que a Secretaria de Estado da Saúde reúne somente para a rede pública sob sua responsabilidade, excetuando a rede municipal e privada (incluindo farmácias). Na rede estadual já foram realizados mais de 38 mil atendimentos e realizados 32 mil testes.
5. Sobre testagem é preciso apontar que especialistas no assunto revelam a impossibilidade de aplicarmos o teste RT-PCR em massa no Brasil, quiçá no Nordeste e em realidades como a alagoana. Isso foi consenso entre especialistas no debate promovido pela Sociedade Brasileira de Medicina Tropical.[2]
6. Em relação ao número de contágio, Alagoas alcançou um Rt de 0,96, conforme a equipe de modelagem da UFRN. É muito provável que o peso de Maceió seja determinante nesse parâmetro, pois a curva de contágio no interior, mais especialmente em alguns municípios como Arapiraca, é muito superior, o que revela que as preocupações com a continuidade das medidas de isolamento social nessas regiões sejam elevadas. Nesse sentido, já vemos uma sensível diminuição do número de óbitos por semana epidemiológica. Em termos comparativos, na 22ª semana foram registrados 174 óbitos, de lá para cá felizmente essa trágica situação foi perdendo força até fechar a 28ª semana com 68 mortes confirmadas por Covid-19 e 13 casos em investigação.
7. Outro importante indicador, quase sempre não tratado com a devida atenção pela opinião pública, é o dos casos ativos, ou seja, a quantidade de pessoas que testaram positivo para Covid-19 e encontra-se dentro do prazo de 14 dias em tratamento. A curva de casos ativos vem declinando sistematicamente em Alagoas durante o mês de junho. Isso pode ser um importante termômetro para levantar a hipótese de que mesmo com a curva de casos confirmados sempre em crescente, os casos que requerem tratamento mais específico e cuidados têm diminuído no estado em função da perda de dinamismo da pandemia, especialmente em Maceió.
8. Muito improvável que Alagoas enfrente os mesmos problemas de outros estados nordestinos que viram colapsar o sistema de saúde e testemunharam uma tragédia ainda maior. Por aqui além de termos uma política de ampliação da rede hospitalar, inclusive com a importante inauguração de novos hospitais e unidades de pronto atendimento, como já apontado, o sistema de regulação tornou-se muito mais eficiente. Ademais, foi um dos únicos estados que reeditou por 9 vezes consecutivas os decretos de isolamento social, paralisando quase 70% de suas atividades econômicas. Após ter alcançado indicadores relativamente positivos, a sociedade precisa contribuir mais efetivamente pois foi dada a ela, especialmente aos segmentos econômicos, a oportunidade de participar mais ativamente das principais ações de combate a pandemia: uso de máscaras, higienização das mãos e distanciamento social.
9. Caso esse “contrato social” estabelecido pelo programa de flexibilização não for cumprido, os principais indicadores piorarem e o sistema de saúde público ameaçar saturar, certamente o governo terá muito mais capital político e legitimidade perante a sociedade para impor medidas de controle social mais rígidas, retornando nas fases de abertura.
10. Corroboramos com a opinião da Presidente da Fiocruz que a pandemia assume dinâmicas diferenciadas e têm consequências ainda desconhecidas pela ciência. Nesse contexto, mesmo com todo o esforço dos governantes e autoridades de saúde, especialmente nas regiões mais periféricas do País, “evitar aglomerações soa como uma utopia”. Por essa razão, é muito difícil superar essa crise sem a colaboração da sociedade. Infelizmente as mensagens desencontradas e a falta de uma coordenação nacional efetiva tornaram o Brasil um péssimo exemplo mundial no combate à pandemia. Poderia ser muito pior caso o modelo federativo não fosse acionado rapidamente e tanto governadores quanto instituições da república não se esforçassem para minorar os conflitos políticos e a ausência completa de uma política nacional de saúde.
Oex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, chamou de “decepcionante” a militarização da pasta em meio ao avanço do novo coronavírus. “Os médicos não sabem fazer guerra, os generais não sabem fazer saúde”, declarou em entrevista à AFP.
Mandetta (DEM), de 55 anos, que ganhou capital político na pasta, não descarta candidatar-se à presidência em 2022, junto a Sergio Moro, ex-ministro da Justiça.
Demitido pelo presidente Jair Bolsonaro em abril, Mandetta lamentou o fato de o ministério ter “perdido a credibilidade” em plena pandemia, que já deixou quase 50 mil mortos e um milhão de casos no país.
O ex-ministro continua assessorando voluntariamente autoridades regionais, mas disse nunca ter sido contatado por seus sucessores no ministério. O general Eduardo Pazuello, que tutela a pasta de forma interina, já nomeou mais de vinte militares para funções importantes no ministério no seu primeiro mês no cargo.
Esses são os principais pontos da entrevista, realizada ontem em um hotel de São Paulo.
P: O ministério modificou a divulgação dos números da covid-19. Podemos ter confiança nos números que são divulgados?
R: Toda vez que você muda a metodologia de número, aquilo quebra a confiança da população. A única coisa que não deveriam ter feito era perder a credibilidade do ministério da Saúde porque em epidemia, credibilidade é o que dá autoridade. Não temos como afirmar (se são confiáveis), temos que, junto a entidades e à sociedade civil fazer alguma avaliação e ver se se aproxima. É lastimável eles terem perdido a credibilidade que foi construída com base em números, transparência e divulgação plena à sociedade.
P: O pior já passou no Brasil?
R: Depende da cidade, o pior já passou para Manaus, para Belém do Pará. Agora São Paulo provavelmente está num platô, deve estar caminhando agora para uma tendência de queda, vamos ver como essas medidas de flexibilização vão repercutir nas próximas semanas. A mesma coisa no Rio de Janeiro. Minas Gerais parece que ainda está na fase de crescimento (de casos), nessa semana Curitiba teve um crescimento desordenado. Os próximos 15 dias serão cruciais. No Sul ainda não começou (o aumento dos casos), no Centro Oeste está começando. Se você fala do Brasil como um todo, a epidemia só poderá ser analisada com a estabilização da curva em todas as regiões, o que deve ocorrer no final de agosto ou no início de setembro.
P: Brasil poderia ter evitado mais mortes?
R: Se olhamos na relação de óbitos por milhão, o Brasil guarda uma posição mediana. O SUS se revelou um sistema que conseguiu, não tivemos mortes por desassistência.
P: Como avalia a mudança no protocolo da hidroxicloroquina feita pelo general Pazuello?
R: Dizíamos que só adotaríamos como uma recomendação no ministério quando houvesse a comprovação científica (da sua eficácia). Não é uma questão de torcer a favor ou contra. Vemos aqui uma estratégia militar nesse tipo de publicação, quando um presidente capitão propõe e um ministro general publica esse protocolo. Me parece o mais próximo de um estudo às cegas. Eles são duas pessoas que não têm nenhum compromisso com a área da saúde, eles têm compromisso com a área política e da lógica militar. Infelizmente o ministério da Saúde hoje não exerce hoje uma função de gestão da saúde, é um ministério sob ocupação militar e de números militares.
P: A militarização do ministério o surpreendeu?
R: Foi decepcionante, foi chato. Os médicos não sabem fazer guerra e os generais não sabem fazer saúde. A história vai dizer, os números vão dizer, desde que se tenha clareza e que não haja censura a eles.
P: A reabertura econômica de alguns estados é precipitada?
R: Com essa ausência do ministério da Saúde, o que a gente está vendo é essa decisão ficar com os governadores e prefeitos. Os prefeitos têm eleições em quatro meses, e estavam tomando decisões pressionados pelo calendário eleitoral. Se permanecerem fechados por mais tempo, os empresários, cultos e comércios reclamariam que o fechamento os prejudicava. Se liberassem muito precocemente superlotariam seus hospitais. Logo, essa decisão é tomada de maneira assimétrica. Alguns estados estão melhor assessorados e tem sistemas de saúde melhores que outros. É um país de muito contraste. Vamos ver com o tempo como as coisas vão se dar.
P: Tem falado com o ex-ministro Moro?
R: Sim, me dou bem com ele.
P: Há futuro político? Uma eventual chapa para as eleições presidenciais?
R: Política é destino. Não adianta você querer fazer acontecer as coisas porque você querer. Acho que a gente tem dever como cidadão, tanto eu quanto Moro, de dialogar com a sociedade brasileira e participar ativamente das eleições de 2022, seja como candidatos, chapa junto ou campos opostos, mas de fortalecer a democracia brasileira, ou como cidadão com certeza eu vou participar nas eleições de 2022.
OMinistério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar Social do Japão elaborou um plano para tornar mais rápido o processo até que vacinas contra o novo coronavírus possam ser usadas na prática. A ideia é acelerá-lo ao incentivar, de maneira simultânea, tanto a pesquisa e o desenvolvimento quanto a produção.
O ministério reservou cerca de US$ 455 milhões em subsídios para instituições envolvidas no desenvolvimento de vacinas, como parte de uma segunda proposta de orçamento suplementar para o ano fiscal atual.
A pasta também reservou cerca de US$ 1,3 bilhão em verbas extras para incentivar empresas privadas a investir em unidades de produção de vacinas.
Autoridades de saúde afirmaram a representantes de partidos governistas que esperam poder começar a vacinar a população contra o novo coronavírus na primeira metade do próximo ano. Ao mesmo tempo em que incentivam investimentos na capacidade de produção, eles também querem facilitar o processo de aprovação da vacina.
OGrupo Nacional Biotec da China (CNBG), que desenvolve uma das candidatas chinesas à vacina contra o coronavírus, disse neste domingo (28), que os primeiros resultados dos ensaios clínicos sugerem que a imunização seja segura e eficaz.
As doses experimentais, produzidas por uma unidade da estatal em Pequim, induziu a criação de anticorpos “de alto nível” em todos os participantes inoculados em um ensaio clínico de Fase 1 e 2 com mais de 1,1 mil voluntários.
Segundo a agência Reuters, a farmacêutica fez o anúncio na rede social chinesa WeChat, e citou a produção de um estudo que não foi divulgado.
Pesquisadores da China avaliam oito candidatos a vacinas, já na fase de testes em humanos, tanto no país asiático como no exterior. Na semana passada, o Instituto Butantan e o governo de São Paulo anunciaram uma parceria para testar outra candidata chinesa na corrida para a imunização.
Relatório publicado no site da Organização Mundial de Saúde (OMS) com dados de quarta-feira (24) mostra que estão em desenvolvimento 141 candidatas a vacina contra o vírus SARS-Cov-2, causador da Covid-19, sendo que 16 delas estão na fase clínica, ou seja, sendo testadas em humanos.
O acordo prevê a transferência de tecnologia e a compra de lotes da vacina. Se for comprovada a eficácia da imunização, ao menos 30,4 milhões de doses serão entregues em dois lotes: 15,2 milhões em dezembro de 2020, e 15,2 milhões em janeiro de 2021, com prioridade para o grupo de risco e para profissionais de saúde.
Etapas para a produção
Para chegar a uma vacina efetiva, os pesquisadores precisam percorrer diversas etapas para testar segurança e resposta imune. Primeiro há uma fase exploratória, com pesquisa e identificação de moléculas promissoras (antígenos).
O segundo momento é de fase pré-clínica, em que ocorre a validação da vacina em organismos vivos, usando animais (ratos, por exemplo).
Só então é chegada à fase clínica, em humanos, dividida em três momentos:
Fase 1: avaliação preliminar com poucos voluntários adultos monitorados de perto; Fase 2: testes em centenas de participantes que indicam informações sobre doses e horários que serão usados na fase 3. Pacientes são escolhidos de forma randomizada (aleatória) e são bem controlados; Fase 3: ensaio em larga escala (com milhares de indivíduos) que precisa fornecer uma avaliação definitiva da eficácia/segurança e prever eventos adversos; só então há um registro sanitário.
Por Severino Carvalho - Agência Alagoas 19/06/2020 - 09h 45min Marcio Ferreira e Jean Souza0
O governador Renan Filhou acompanhou, do Palácio República dos Palmares, a transmissão ao vivo da entrega do Centro de Atendimento à Covid-19 instalado no Hospital Regional Dr. Clodolfo Rodrigues de Melo (HRCRM), em Santana do Ipanema
Unidade entra em funcionamento nesta sexta-feira (19) no Hospital Regional Dr. Clodolfo Rodrigues com vinte leitos clínicos e cinco de UTI
OGoverno do Estado fez, na tarde dessa quinta-feira(18), a entrega do Centro de Atendimento à Covid-19 Josefa Maria da Silva, instalado no Hospital Regional Dr. Clodolfo Rodrigues de Melo (HRCRM), em Santana do Ipanema, Sertão alagoano. São 25 leitos exclusivos para tratar pacientes que testaram positivo para o novo coronavírus e necessitam de internamento.
Os leitos - vinte clínicos e cinco de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) - vão estar disponíveis a partir desta sexta-feira (19) para o atendimento à população de Santana do Ipanema, pertencente à 10ª Região de Saúde, localizado na 2ª Macrorregião, que antes enviava seus pacientes com coronavírus para Arapiraca, município de referência.
“Pela primeira vez levamos leitos exclusivos para Covid-19 ao Sertão alagoano para atender o cidadão mais próximo da sua casa e evitar que o sertanejo precise se deslocar até Arapiraca ou mesmo a Maceió, em busca de atendimento”, disse o governador.
A entrega do Centro de Atendimento à Covid-19 Josefa Maria da Silva foi transmitida ao vivo por meio de uma live e acompanhada do Palácio República dos Palmares pelo governador Renan Filho e o secretário de Estado da Saúde, Alexandre Ayres.
“Esses leitos vão desafogar a rede hospitalar de Arapiraca e se somam, neste momento, aos leitos já em funcionamento na cidade de Palmeira dos Índios. Então, as regiões do Agreste e Sertão estão sendo ainda mais fortalecidas no enfrentamento à Covid. Conseguimos avançar bastante nos últimos meses com mais de mil leitos abertos em Alagoas e agora chegou a vez de Santana do Ipanema”, destacou Alexandre Ayres.
De Santana do Ipanema, o deputado federal Isnaldo Bulhões e a prefeita em exercício do município, Christiane Bulhões, apresentaram, por meio da transmissão ao vivo, as instalações do Centro de Atendimento e descerraram a placa de entrega. Eles agradeceram os investimentos feitos pelo Estado em Santana do Ipanema no enfrentamento à pandemia.
“Esse Centro integra a rede de atendimento e de combate à Covid-19 aqui em Santana do Ipanema e no Sertão de Alagoas, desde a prevenção, com as barreiras sanitárias, ao diagnóstico feito pela Central de Triagem” citou o deputado federal, acrescentando que a estrutura montada tem capacidade para receber mais cinco leitos de UTI, o que deve ocorrer em breve.
“Quero agradecer ao governador Renan Filho por essa grande iniciativa e pelo apoio do Estado aos municípios no combate à pandemia”, frisou a prefeita, que está no exercício do cargo em função do afastamento do titular, Isnaldo Bulhões, que testou positivo para o coronavírus.
“Todos nós estamos na torcida pela mais rápida recuperação do prefeito Isnaldo Bulhões, que é o decano dos prefeitos alagoanos, um homem respeitado por todos, muito experiente e um grande amigo que tenho”, declarou Renan Filho, parabenizando a prefeita pelo trabalho desempenhado à frente do município, em meio à pandemia.
Com 13.939 pessoas infectadas pelo novo coronavírus e 557 óbitos em decorrência da Covid-19, Alagoas, infectologistas afirmam que a rápida subida de casos se dá por um conjunto de fatores, que inclui o preocupante descumprimento do isolamento social pela população.
De acordo com informações repassadas pela assessoria de Comunicaçõa do Governo do Estado, para a gerente médica do Hospital Escola Dr. Helvio Auto (HEHA), a infectologista Luciana Pacheco, a incidência da Covid-19 em Alagoas cresceu, também, em função da interiorização da doença no estado, que segue avançando em direção aos municípios, localizados além da Região Metropolitana. “Creio que o relaxamento do distanciamento entre as pessoas e a interiorização da doença colaboraram com esse crescimento tão grande”, avaliou a médica.
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Nesse contexto da baixa adesão ao distanciamento, a médica clínica e paliativista Marília Magalhães afirma que o fenômeno precisa ser avaliado sob dois prismas. “Um deles é o das pessoas que não podem ficar em casa porque necessitam trabalhar e sem auxílio financeiro estão passando por dificuldades; o outro é aquele das pessoas bem abastadas, que por questões meramente políticas pedem o fim da quarentena e minimizam os riscos da Covid-19, chegando até a serem negacionistas em relação à doença”, disse.
Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz de Pernambuco (Fiocruz/PE) apontou, essa semana, que a incidência da Covid-19 em Alagoas cresceu mais de 27 vezes no comparativo entre as primeiras quinzenas de abril e maio. Trata-se da segunda maior taxa de variação (27,2) do Nordeste, atrás apenas de Sergipe (47,8); e da terceira do Norte e Nordeste, cujo ranking é encabeçado pelo Tocantins (49,8). A média do crescimento no país foi de sete vezes, número em si já considerado alto pelos estudiosos.
“A curva de contágio da Covid-19 cresce de forma exponencial. E o que isso significa? Que ela cresce rapidamente, sempre multiplicada por um valor constante e que vai se tornando o que os especialistas na área falam como ‘matematicamente incontrolável’”, explicou a médica Marília Magalhães.
“Em Alagoas, o distanciamento social nunca conseguiu ser próximo do nível proposto pelas autoridades sanitárias mundiais de saúde e a OMS (Organização Mundial da Saúde), que é de 70%. No estado, a média fica próxima de 50% ou abaixo dela”, observou o médico oncologista Marcos Davi Melo, acrescentando que o aumento da realização de testes para a detecção da doença também contribuiu para a elevação da incidência.